FANTASMA
Para onde vais assim calado,
de olhos hirtos, quieto e deitado,
as mãos imóveis de cada lado?
Tua longa barca desliza
por não sei que onda, límpida e lisa,
sem leme, sem vela, sem brisa...
Passas por mim na órbita imensa
de uma secreta indiferença,
que qualquer pergunta dispensa.
Desapareces do lado oposto,
e, então, com súbito desgosto,
vejo que o teu rosto é meu rosto,
e que vais levando contigo,
pelo silencioso perigo
desse tua navegação,
minha voz na tua garganta,
e tanta cinza, tanta, tanta,
de mim, sobre o teu coração!
Autora: Cecília Meireles
Para onde vais assim calado,
de olhos hirtos, quieto e deitado,
as mãos imóveis de cada lado?
Tua longa barca desliza
por não sei que onda, límpida e lisa,
sem leme, sem vela, sem brisa...
Passas por mim na órbita imensa
de uma secreta indiferença,
que qualquer pergunta dispensa.
Desapareces do lado oposto,
e, então, com súbito desgosto,
vejo que o teu rosto é meu rosto,
e que vais levando contigo,
pelo silencioso perigo
desse tua navegação,
minha voz na tua garganta,
e tanta cinza, tanta, tanta,
de mim, sobre o teu coração!
Autora: Cecília Meireles
meninos, amei o trabalho de vcs...
ResponderExcluiradrorei as dicas dos livros, e as reportagens!!!
vcs estão de parabens!!! Bjos *_*